O Comitê Piabanha deu mais um passo importante na modernização da gestão dos recursos hídricos da Região Hidrográfica IV (RH-IV) com o desenvolvimento do Observatório do Comitê Piabanha, um painel interativo elaborado em Power BI para visualização e análise dos dados de monitoramento da qualidade da água e da vazão dos rios da região.
Atuando na gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos em uma área que abrange os municípios de Areal, Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Teresópolis e Três Rios, além de Carmo, Sapucaia e Sumidouro, o Comitê Piabanha reconhece que, diante dos crescentes impactos antrópicos sobre os corpos hídricos — como poluição, escassez hídrica, problemas de drenagem e perda de biodiversidade —, o monitoramento sistemático da qualidade das águas é essencial para subsidiar o planejamento, orientar a tomada de decisão e fortalecer a gestão sustentável dos recursos hídricos na Região Hidrográfica IV.
Desde 2019, o Comitê Piabanha promove campanhas de monitoramento da qualidade da água e medição de vazão dos rios da RH-IV, em consonância com a Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos (Lei Federal nº 9.433/1997 e Lei Estadual nº 3.239/1999) e com os instrumentos de gestão previstos para o setor, como o enquadramento dos corpos d’água.
As análises incluem parâmetros físico-químicos, microbiológicos e hidrológicos, cujos resultados são enviados pelos laboratórios contratados em forma de tabelas e relatórios técnicos extensos. Embora tecnicamente robustos, esses produtos apresentam alta densidade de informação, o que dificulta a compreensão por públicos não especializados e limita a disseminação dos resultados.
Para enfrentar esse desafio, o Comitê desenvolveu o Observatório do Comitê Piabanha, utilizando o Microsoft Power BI como ferramenta de Business Intelligence. O objetivo é transformar dados brutos em informações claras, acessíveis e visualmente intuitivas, ampliando a transparência e fortalecendo a gestão participativa dos recursos hídricos.
O painel consolida, em uma base única de dados, todos os resultados históricos das campanhas de monitoramento. Permitindo a transformação automática dos dados primários em indicadores de qualidade da água, viabilizando análises temporais, espaciais e comparativas entre pontos, campanhas e parâmetros, além de ampliar significativamente as possibilidades de visualização, interpretação e apoio à tomada de decisão.
Um dos principais destaques do Observatório é a incorporação do Índice de Qualidade das Águas (IQA), indicador sintético amplamente utilizado para comunicar a condição dos corpos hídricos de forma mais compreensível. O IQA considera nove parâmetros essenciais e classifica a qualidade da água em faixas que variam de “péssima” a “excelente”.
Diante das particularidades dos dados disponíveis no monitoramento do Comitê Piabanha, adotou-se a metodologia da CETESB, adaptada do modelo da National Sanitation Foundation (NSF), permitindo o cálculo do índice mesmo sem a medição da temperatura do ar. A utilização do IQA facilita a interpretação dos resultados, tanto para os membros do Comitê quanto para a sociedade em geral, servindo como importante instrumento de comunicação ambiental.
O Observatório foi estruturado em abas temáticas, seguindo princípios de comunicação de dados. A navegação conduz o usuário de uma visão geral da rede de monitoramento até análises detalhadas por ponto, parâmetro e período.
Entre as principais funcionalidades do painel estão:
visualização geoespacial dos pontos de monitoramento por meio de mapas ArcGIS integrados;
filtros dinâmicos por município, sub-bacia, campanha e período;
análises temporais que permitem comparar a evolução dos parâmetros ao longo do tempo;
comparação entre pontos a montante e jusante de estações de tratamento de esgoto;
identificação rápida de desconformidades em relação aos padrões da Resolução CONAMA nº 357/2005.
Esses recursos possibilitam análises mais aprofundadas, identificação de tendências e apoio direto à tomada de decisão, especialmente no direcionamento de investimentos e ações financiadas com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FUNDRHI).
O dashboard do Observatório está disponível de forma online e integrado ao site institucional do Comitê Piabanha, ampliando o acesso público às informações de monitoramento e reduzindo a dependência de relatórios técnicos extensos. A ferramenta foi apresentada nas reuniões das Câmaras Técnicas do Comitê, recebendo avaliações positivas quanto à sua funcionalidade e potencial de uso.
Em 2025, o Observatório também foi apresentado no Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (ENCOB), com o objetivo de compartilhar a experiência e inspirar iniciativas semelhantes em outros comitês do país.
Como perspectivas de aprimoramento, o Comitê avalia a ampliação da malha amostral, a atualização contínua da base de dados e a incorporação de novas camadas de informação, como dados de uso e cobertura do solo, unidades de conservação e variáveis hidrológicas. Essas melhorias poderão enriquecer ainda mais as análises e fortalecer o papel do Observatório como instrumento estratégico de gestão e planejamento.
O Observatório do Comitê Piabanha consolida-se como uma ferramenta inovadora ao transformar dados técnicos complexos em informação acessível, dinâmica e orientada à tomada de decisão. Mais do que um produto tecnológico, o painel representa um avanço na transparência, na comunicação ambiental e no fortalecimento das políticas públicas voltadas à proteção e ao uso sustentável dos recursos hídricos da Região Hidrográfica IV.
Acesse aqui o Observatório do Comitê Piabanha (RH-IV)
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